O que é a lei do superendividamento? Tudo que você consumidor precisa saber
Lei do superendividamento, só de ler, muitas pessoas sentem um misto de alívio e curiosidade. Alívio, porque ela representa uma esperança para quem já não sabe como sair das dívidas e curiosidade, porque poucos entendem, de fato, o que essa lei muda na prática.
Imagine abrir o extrato do banco e ver o saldo negativo crescendo mês após mês. As faturas do cartão se acumulam, o telefone não para de tocar e as mensagens de cobrança se tornam parte da rotina. As mãos suam, o sono desaparece.
É nesse cenário de desespero que a lei do superendividamento surge como uma ferramenta de respiro. Não apenas para renegociar dívidas, mas para recuperar o controle financeiro e restabelecer a dignidade do consumidor.
Entenda agora o que é e como ela pode ser uma aliada de quem está com dívidas em atraso e não sabe mais o que fazer.
O que é, afinal, a lei do superendividamento?
A lei do superendividamento, sancionada em 2021, faz parte do Código de Defesa do Consumidor e tem como meta principal evitar que o endividamento se torne um ciclo sem fim.

Ela reconhece que o consumidor pode chegar a um ponto em que, mesmo com boa fé, não consegue pagar todas as dívidas sem comprometer o próprio sustento.
Em outras palavras, essa lei protege quem está endividado, mas não por má gestão ou má intenção e sim por situações da vida.
Ou seja, uma demissão inesperada, uma doença na família ou uma alta nos juros podem transformar um orçamento equilibrado em uma bola de neve.
A lei garante que o consumidor tenha o direito de renegociar suas dívidas com todos os credores ao mesmo tempo. Desse modo, se forma organizada, transparente e sem abusos.
Quem tem direito a recorrer à lei do superendividamento?
A lei do superendividamento foi criada para proteger o consumidor pessoa física, ou seja, aquele que usa o crédito para fins pessoais e não empresariais.
Portanto, quem tem dívidas com bancos, cartões de crédito, empréstimos pessoais, financiamentos e crediários pode recorrer à lei.
Mas há uma condição importante, a pessoa precisa comprovar que está disposta a pagar e que seu endividamento não foi causado por fraude, má-fé ou por dívidas de luxo. Ou seja, ela precisa provar que o problema é financeiro, não moral.
Um exemplo é o de quem contraiu várias dívidas tentando pagar outras. Muitos consumidores acabam pegando novos créditos com juros mais altos, acreditando que estão resolvendo o problema e só pioram a situação. Para esses casos, a lei do oferece uma chance de recomeçar.
Como funciona o processo de renegociação pela lei do superendividamento?
O processo é simples, mas ajuda a resolver de fato. O consumidor deve procurar o Procon ou o Juizado Especial Cível da sua cidade, apresentar um pedido formal de renegociação e listar todas as dívidas que não consegue mais pagar. A partir daí, o órgão convoca todos os credores para uma audiência coletiva.
Durante essa audiência, uma proposta de pagamento é apresentada com base na capacidade financeira do consumidor. Assim, sempre respeitando o mínimo necessário para despesas básicas, como moradia, alimentação e saúde.
O grande diferencial da lei do superendividamento é que ela permite reunir todas as dívidas em uma única negociação. Ou seja, com juros ajustados e prazos estendidos. Isso impede que o consumidor fique refém de acordos isolados que, no fim, não resolvem nada.
A lei do superendividamento realmente pode reduzir o valor das dívidas?
Sim, e é justamente esse o principal ponto de alívio. A lei do superendividamento permite renegociar juros, multas e prazos.
Afinal, o objetivo é fazer com que as parcelas caibam no orçamento e que o pagamento seja possível sem sacrificar o básico.
Em alguns casos, as dívidas podem ser reduzidas significativamente, pois os credores entendem que receber um valor menor é melhor do que não receber nada. Essa lógica torna o acordo viável para ambos os lados.
É como renegociar um aluguel atrasado, o dono do imóvel prefere receber parcelado e com segurança do que deixar o inquilino sair sem pagar.
A lei segue o mesmo raciocínio, dá fôlego para quem está afundado em contas e segurança para quem emprestou o dinheiro.
Quais tipos de dívida podem ser incluídas na renegociação?
A lei cobre dívidas que envolvem crédito direto ao consumidor. Isso inclui cartões de crédito, empréstimos pessoais, financiamentos de veículos, crediários em lojas e até contas de serviços essenciais, como água e luz.
Por outro lado, não entram na renegociação dívidas com pensão alimentícia, tributos (como impostos) e indenizações judiciais. Essas seguem regras próprias e precisam ser resolvidas de forma separada.
O foco da lei é justamente reorganizar a vida financeira sem comprometer o mínimo existencial do consumidor, ou seja, o valor necessário para viver com dignidade.
A lei protege o consumidor de novos abusos?
Sim, além de permitir a renegociação de dívidas antigas, a lei impõe novas regras para o mercado de crédito.
Ela proíbe propagandas enganosas e práticas que incentivem o endividamento irresponsável, como ofertas de crédito “sem análise”, “sem comprovação de renda” ou “sem consulta ao SPC/Serasa”.
Essas promessas, que antes pareciam vantajosas, agora podem ser consideradas abusivas. Afinal, quem já está com dificuldades financeiras precisa de orientação e limites, não de mais crédito fácil.
Além disso, a lei exige que as instituições financeiras façam uma análise prévia da capacidade de pagamento do consumidor antes de liberar crédito. Assim, para evitar novos ciclos de dívida.
Como saber se você está superendividado?
Estar endividado é uma coisa, estar superendividado é outra. De forma simples, o superendividamento ocorre quando as dívidas acumuladas ultrapassam a capacidade de pagamento da pessoa.
Se mais de 30% da sua renda mensal está comprometida com dívidas e você já deixou de pagar contas básicas para cobrir prestações, é sinal de alerta. Outro indício é quando o consumidor faz novos empréstimos apenas para quitar os antigos.
A lei do superendividamento existe justamente para quebrar esse ciclo. Afinal, ela reconhece que, muitas vezes, o problema não é falta de vontade de pagar, mas de condições.
Qual é o papel do consumidor dentro da lei do superendividamento?
A lei protege, mas também exige responsabilidade. O consumidor deve apresentar um relatório honesto da sua situação financeira, sem omitir dívidas. É preciso transparência total para que a proposta de pagamento seja justa e viável.

Além disso, é fundamental que o consumidor cumpra os novos prazos e condições estabelecidos. A lei oferece um novo começo, mas depende da disciplina e comprometimento de quem busca recomeçar.
Afinal, a sensação de reorganizar as contas, voltar a dormir em paz e ver o nome limpo novamente é libertadora. Mas esse alívio só vem quando há comprometimento com a mudança de hábitos financeiros.
Por trás de noites tranquilas, a consulta é o primeiro passo
A lei do superendividamento é uma aliada, mas o primeiro passo para retomar o controle das finanças é saber onde você está. Consultar dívidas no nome é essencial para tomar decisões mais rápidas e seguras.
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